AESP participa do 1º Seminário de Rádio e Televisão das Américas em Washington DC
Mais de 40 empresários de rádio e TV das três Américas, representantes de associações estaduais de radiodifusão, autoridades políticas e renomadas personalidades do Brasil, Estados Unidos e Canadá participaram, nesta terça-feira (14), do 1º Seminário de Rádio e Televisão das Américas, em Washington DC (EUA). O evento foi promovido pela ABERT e pela NAB (National Association of Broadcasters) e realizado no prédio da associação americana.
As discussões do seminário abordaram a competição na indústria de mídia e a necessidade de regras simétricas para as gigantes de tecnologia que atuam como veículos de comunicação. Outros temas importantes foram a regulamentação da remuneração pelo uso do conteúdo jornalístico pelas big techs, a chegada da Inteligência Artificial, a responsabilização das plataformas digitais pela divulgação de notícias falsas na Internet e as regras que regulamentam os serviços digitais.
O CEO e presidente da NAB, Curtis LeGeyt, destacou na abertura do evento que o objetivo comum da radiodifusão é informar, educar e entreter as audiências, além de combater as notícias falsas por meio de um jornalismo baseado em fatos. “A conferência é uma oportunidade para radiodifusores de diversos países se reunirem e discutirem os desafios do mundo digital, onde nosso conteúdo está sendo distribuído por meio de plataformas de tecnologia, competindo com essas empresas pelo dinheiro da publicidade”, afirmou LeGeyt.
O presidente da ABERT, Flávio Lara Resende, ressaltou que as gigantes de tecnologia atuam como empresas de mídia, concorrendo diretamente pelo mercado publicitário com as emissoras de radiodifusão, sem qualquer regulamentação. “As plataformas digitais que influenciam o conteúdo midiático devem observar regras mais simétricas em relação ao setor de mídia”, disse Lara Resende.
Paulo Tonet Camargo, conselheiro da ABERT e presidente da AIR (Associação Internacional de Radiodifusão), enfatizou a aprovação das diretrizes para uma legislação sobre plataformas e novas tecnologias digitais. “Liberdade de expressão deve ser nosso norte, mas deve vir acompanhada de responsabilidade para não vilipendiar o direito dos outros”, afirmou Tonet.
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, em mensagem gravada, defendeu a regulamentação da remuneração do conteúdo jornalístico pelas plataformas digitais, destacando a importância do debate para a radiodifusão mundial e brasileira. Ele não pôde comparecer presencialmente devido às enchentes no Rio Grande do Sul. “É hora de agir para modernizar a legislação e adotar uma regulação que reduza a carga de obrigações sobre a radiodifusão”, concluiu Juscelino Filho.
Carlos Baigorri, presidente da Anatel, sublinhou a importância da criação de uma concorrência justa e de simetria regulatória. “O melhor remédio contra a desinformação é a verdade, o jornalismo de qualidade”, destacou Baigorri.
O coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Radiodifusão, deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), também participou, reforçando a necessidade de o Congresso Nacional debater as assimetrias regulatórias.
No painel sobre “As perspectivas e panorama das leis internacionais de remuneração das atividades jornalísticas pelas plataformas de Internet”, mediado por Paulo Tonet, Shawn Donilon (NAB) e Kevin Desjardins (Associação Canadense de Radiodifusores) alertaram sobre os riscos da IA e deep fakes para o jornalismo.
O Comissário da FCC, Brendan Carr, destacou no painel sobre “O novo cenário de competição na indústria de mídia” a necessidade de modernizar a regulamentação da radiodifusão, uma vez que a última atualização da legislação americana ocorreu em 1996.
Entre os brasileiros presentes, estavam os presidentes das associações estaduais Luiz Arthur Abi Chedid (AESP) e Caíque Agustini (AERP), além de outros importantes representantes da radiodifusão, como Marcelo Monteiro de Barros (primeiro secretário da AESP).
O evento teve o apoio institucional da AIR, reunindo representantes de diversas emissoras das Américas, como Panamá, México, Costa Rica, Venezuela, El Salvador, Argentina e Colômbia.
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