A Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (AESP) realizou nesta quinta-feira (13), o Primeiro Encontro de Líderes do Rádio e Televisão do Estado de São Paulo, evento que reuniu importantes nomes do setor e autoridades para debater os desafios e o futuro da radiodifusão no estado.
Durante o encontro, o presidente da AESP, Luiz Arthur Abi Chedid, apresentou as prioridades da entidade para o fortalecimento das emissoras paulistas e destacou a necessidade de medidas concretas para garantir a sustentabilidade do setor. Entre os principais temas abordados estão a redução dos custos com energia elétrica, a busca por parcerias estratégicas, a inclusão da propaganda eleitoral paga, a revisão da cobrança do ECAD e a valorização do rádio e da TV frente à concorrência digital.
Custo da energia preocupa emissoras
Um dos principais desafios apontados por Chedid é o alto custo da energia elétrica, considerado um insumo essencial para o funcionamento das emissoras. Ele revelou que a AESP está negociando um convênio com as concessionárias de energia para reduzir os custos, nos moldes de parcerias realizadas no passado. A entidade também defende a isenção total do ICMS na conta de energia das emissoras, argumentando que o setor desempenha um papel essencial na informação e no entretenimento da população.
Parcerias e publicidade como estratégia de fortalecimento
Outro ponto destacado foi a necessidade de ampliar as parcerias com o mercado publicitário e o Governo do Estado. Chedid citou exemplos de outros estados onde emissoras locais têm acesso a incentivos e convênios para fortalecer a radiodifusão. A AESP pretende intensificar as articulações para que as emissoras paulistas também possam ser beneficiadas com incentivos semelhantes.
Propaganda eleitoral e concorrência desleal com plataformas estrangeiras
A inclusão da propaganda eleitoral paga nas emissoras também foi defendida pelo presidente da AESP. Segundo ele, enquanto plataformas digitais estrangeiras recebem bilhões em publicidade política vinda do Fundo Eleitoral, emissoras de rádio e TV, que operam dentro do Brasil, geram empregos e pagam impostos, ficam sem acesso a esse recurso. A AESP defende que parte dessa verba seja destinada ao setor, equilibrando o mercado publicitário e fortalecendo as emissoras nacionais.
Críticas ao modelo de cobrança do ECAD
Outro tema polêmico abordado foi a forma de arrecadação do ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). Chedid criticou o modelo de cobrança vigente, que permanece inalterado há mais de 30 anos, apesar das profundas mudanças no consumo de mídia. Segundo ele, é injusto que as emissoras continuem sendo taxadas com base em um critério antigo, enquanto a audiência migrou parcialmente para plataformas digitais estrangeiras. A AESP defende a modernização do modelo de cobrança, considerando a nova realidade do mercado.
Homenagem a Gilberto Kassab
O evento também teve um momento de reconhecimento ao ex-ministro e atual Secretário de Governo e Relações Institucionais de São Paulo, Gilberto Kassab, que recebeu a Medalha “100 Anos do Rádio”. A honraria foi entregue pelo presidente da AESP em reconhecimento às contribuições de Kassab para a radiodifusão brasileira, incluindo a flexibilização do programa Voz do Brasil, a migração das emissoras AM para FM e a implantação da TV Digital no país.
Durante seu discurso, Kassab ressaltou a importância das emissoras de rádio como fontes confiáveis de informação, especialmente diante do crescimento das fake news nas redes sociais. “É através do rádio que a notícia chega com muito mais serenidade e confiabilidade”, afirmou.
Evento reforça unidade do setor
O encontro foi encerrado com um almoço de confraternização, onde os participantes tiveram a oportunidade de discutir os desafios e oportunidades do setor. A AESP reafirmou seu compromisso em defender os interesses das emissoras e promover iniciativas que fortaleçam o rádio e a televisão no estado de São Paulo.
Com uma pauta clara e objetivos bem definidos, a associação segue em busca de soluções para garantir a sustentabilidade e relevância das emissoras paulistas em um mercado cada vez mais competitivo.